(continuação)
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No
capítulo 9, relato os desdobramentos
do furacão, mostrando as inverdades que a denúncia descrevera como fatos
verdadeiros sem ser; a forma como as minhas decisões em que o motivo alegado
pelo Ministério Público Federal era a existência de contrabando, acabou virando
um caso de funcionamento ilegal de jogo de bingo e formação de quadrilha; o
furacão na Comissão Parlamentar de Inquérito aberta pela Câmara dos Deputados
para apurar os grampeamentos ilegais feitos pela Polícia Federal, que, apesar
de todos os absurdos apurados, não resultou em nenhuma medida concreta para
apurar as responsabilidade e punir os culpados; como os advogados pediram um
controle maior da Polícia Federal, sem que a Ordem dos Advogados do Brasil
tenha tomado qualquer medida nesse sentido; a devassa fiscal na minha vida,
para apurar irregularidades nas minhas declarações de rendimentos, por não
haver sido encontrado no meu patrimônio as “grandes quantias em dinheiro” que o
Ministério Público dizia ter eu recebido, induzido pela Polícia Federal, e
aceito pelo Supremo Tribunal Federal; os sofrimentos por que passaram minha
mulher, minhas filhas e toda a minha família e meus verdadeiros amigos; a morte
do desembargador Ricardo Regueira pelos sofrimentos que lhe foram impostos por
uma suspeita sem o menor fundamento; o caso Projac da Rede Globo de Televisão,
que julguei no Tribunal e que versava sobre bilhões de cruzeiros (moeda da
época), num contrato que teria firmado de forma irregular com a Caixa Econômica
Federal para a construção dos seus estúdios de Jacarepaguá; as decisões em
favor da Infoglobo, também da Rede Globo, exatamente nas mesmas circunstâncias
em que dei as decisões para as empresas de jogo, e que a rede Globo dizia terem
sido compradas; uma notícia de um jornalista ético, mostrando que a ética ainda
existe no jornalismo; lembro aos ministros do Supremo Tribunal Federal que os
irmãos Naves foram absolvidos pelo Tribunal do Júri e condenados pelo Tribunal
de Justiça de Minas Gerais, por um crime que não cometeram, porque a vítima que
teriam assassinado apareceu viva quando um dos condenados já havia morrido na
prisão, tudo porque não tinha cadáver e mesmo assim houve condenação, lembrando
também que no meu caso nada foi encontrado nas minhas contas que fizessem supor
ter havido recebimento de “grandes quantias” e nem “pequenas quantias” de
dinheiro; mostro como a ética na Justiça funciona diferentemente para os
ministros e para o desembargador, porque tanto o ministro Cezar Peluso, como
representante do Supremo Tribunal Federal, quanto o ministro Gilson Dipp, como
representante do Superior Tribunal de Justiça, compareceram por cinco dias a um
encontro que coordenei em
Buenos Aires cujo tema era exatamente “Os desafios da
corrupção”, buscando formas de combater o crime organizado; que apesar de terem
estado lá, o ministro do Supremo Tribunal Federal teve participação
determinante do recebimento da denúncia contra mim, e o ministro Gilson Dipp
participação determinante da minha condenação pelo Conselho Nacional de
Justiça; faço um alerta aos magistrados brasileiros; e uma profissão de fé
feita por um juiz.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável também na versão E-book, nas livrarias SARAIVA e TRAVESSA, e em www.livrariasaraiva.com.br, www.travessa.com.br, www.bondfaro.com.br e em outras livrarias do País.
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