(continuação)
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Certa
vez, li uma carta de um juiz federal, solidarizando-se com um colega preso por
agentes do CORE – Coordenadoria de Recursos Especiais do Rio de Janeiro,
dizendo não concordar com a omissão da Associação dos Juízes Federais, na época
presidida pelo juiz federal Fernando Mattos da seção judiciária do Rio de
Janeiro.
Nessa
carta, dizia o juiz que não conhecia as provas em que eu, Carreira Alvim, era
réu nem, as do processo em que o juiz preso pelo CORE foi vítima, e que nem lhe
cabia tecer comentários sobre o mérito das duas causas, restringindo-se a sua
manifestação sobre o comportamento da Associação na defesa das prerrogativas da
magistratura. Disse o missivista que sabia que eu era uma pessoa educada e que
não era violento, mas mesmo assim fui algemado pela Polícia Federal após deixar
o cargo de vice-presidente do Tribunal, que ocupei por dois anos. Diz ainda ter
assistido pela televisão eu algemado, como se fosse uma pessoa extremamente violenta,
pelo que a Associação deveria se manifestar com a mesma veemência na defesa de
todos os associados nas questões ligadas às prerrogativas da magistratura.
Disse também que sendo eu um associado da Associação e ainda não condenado
merecia também o direito ao mesmo tratamento dos demais associados, esperando o
missivista que, caso seja humilhado algum dia em decorrência da profissão de
juiz, a Associação não fique omissa e use todos os meios para a defesa da
magistratura federal.
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro "OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO" (Geração Editorial), encontrável em www.estantevirtual.com.br, www.bondaro.com.br, nas Livrarias Saraiva (www.saraiva.com.br) e na Livraria CineITAIPAVA (Shopping Estação Itaipava).
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