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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONALFEDERAL DA 2ª REGIÃO
(Notas Taquigráficas SAJ/CORTAQ) Audiência, 16/4/2010
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As outras estão aqui. Há quantias aqui de
quinhentos mil, de
setecentos mil. Onde estão as nossas? Onde
está a prova da materialidade do crime?
Aqui, digo o seguinte: O Ministério
Público se baseou em dois fundamentos básicos. Primeiro, que me foi oferecido
um milhão e, segundo, que esse dinheiro teria sido pago a mim.
Não conseguiu provar nada disso.
Quer dizer, ele se baseia -- nós vamos ver aqui na frente - em conversa de
bandido. Sabe por quê? Porque nessa conversa que saiu essa história, segundo
está registrado no áudio... E eles tentaram de todo jeito ver se conseguiam captar a
voz de SILVÉRIO JÚNIOR, porque aí fariam uma montagem. Quer dizer, uma
conversa, teria a voz do SILVÉRIO lá. Mas não tinha. Porque ele nem sabia de reunião,
não participava de reunião, não mexia com a reunião. Não postulou nada.
Aliás,por falar em não postular nada, Doutor
ABEL, um dia encontrando com o desembargador NEY FONSECA, pergunta para ele
isso. Nós estávamos em julgamento aqui, SILVÉRIO pai ocupou a tribuna, eu saí e
fiquei ali fora. O desembargador NEY FONSECA chegou para mim -- não foi aqui, não.
Foi na sessão - e me perguntou: "O que você está fazendo aqui?" Eu falei
assim: "O SILVÉRIO pai está fazendo uma sustentação e o JÚNIOR é namorado
da Luciana, da minha filha. Eu não quero participar desse julgamento.
Quer dizer, se tivesse perdido por um voto -- eles ganharam -, mas tivessem perdido por
um voto ... A minha consciência vai até ao ponto ... NEY FONSECA lembra disso até hoje: "Realmente, teve uni dia que cheguei lá e te perguntei
isso.”
Todo o meu perfil, todo o meu passado é de um
Juiz que sempre agiu de acordo com a consciência . E, de repente, me vejo
transformado, colocado no terceiro nível de uma organização criminosa, dando
sentenças, vendendo sentenças. Agora, cadê o dinheiro? Não existe. Essa
conversa numa fita, que vamos falar dela daqui apouco, onde há indícios fortes de
manipulação... Eu tenho certeza que houve, porque eu não falei, em “minha parte
em dinheiro”. Eu não falei isso. E isso aparece porque alguém botou.
O interesse que eu tenho é que se apure quem
fez isso. Se tivesse pena de morte, teria que receber uma injeção letal para ir
para o inferno, porque é um absurdo uma instituição como a Polícia Federal
pegar conversa de um Desembargador para comprometer e montar e manipular
informação para fazer aparecer uma frase para incriminar outras pessoas.
Aliás, acho que nem a morte é solução, para
esse caso. Não se achou dinheiro nenhum. Prova do crime e materialidade não
existem.E a palavra dos bandidos para isso vale. Quer dizer, para incriminar
CARREIRA AL VIM, apesar de a perícia ser duvidosa ... Agora, quem falou um
milhão lá no fundo? Foram as pessoas que estavam lá, que não eram nem eu, nem JÚNIOR,
nem RICARDO REGUEIRA. Quem era? Isso, só Deus sabe.
Do jeito que houve manipulação, pode ter
havido manipulação lá e pode ter havido manipulação fora. Hoje, eu não acredito
-- nisso, eu consegui ser cético -- nessas coisas espetaculosas que acontecem por aí. Eu não acredito em mais nada. Como eu fui
vítima de uma...
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