(continuação)
"Até a nossa chegada na
carceragem em Brasília, não me recordo de ter visto mais o delegado Carlos
Pereira, mas apesar de ser ele um delegado especial como era, recebeu da
Polícia Federal o mesmo tratamento proporcionado aos demais presos, sendo
revistado e algemado como todos os demais, inclusive os desembargadores e o
procurador da República.
Assim que chegamos à
Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, fomos colocados na mesma
cela, e foi ali que Carlos Pereira pôde passar a limpo a sua trajetória
funcional, percebendo que ninguém, nem mesmo um delegado federal, classe
especial, como ele, poderia se sentir acima do bem e do mal, fazendo a seus
custodiados tudo o que agora a sua instituição estava fazendo com ele.
Na cela dois, o delegado
Carlos Pereira dormia do lado da minha cama, mesmo porque o espaço era muito
pequeno para seis presos, e ali pernoitou durante todo o tempo em que
permanecemos presos.
Assim que a realidade vivida
por cada um foi mostrada aos demais, todos sentiram a necessidade de abrir o
seu coração, mesmo porque se sentiam injustiçados pelo sistema, e estavam, sem
exceção, indignados com as armações de que se consideravam vítimas."
(continua na próxima semana)
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Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br, em www.bondfaro.com.br, na Livraria La Selva (nos Aeroportos) e outras do ramo.
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