(continuação)
Aproveitei para conferir o
meu saldo no Banco Real, cuja conta, até então não estava bloqueada, mas
constatei que ele estava negativo em mil e poucos reais, embora,
posteriormente, também essa conta viesse a ser bloqueada.
Eu tivera conhecimento de
que as contas do desembargador Ricardo Regueira, do juiz trabalhista Ernesto
Dória e do procurador da República João Sérgio também haviam sido bloqueadas, e
tinha sido uma via-sacra para desbloqueá-las, tendo em vista que o ministro
Cezar Peluso, segundo informações da sua assessoria, chamara para si todos os
despachos de todos os requerimentos que entravam no processo, proibindo seus
assessores de minutar qualquer decisão a respeito.
Quando
vi a imprensa noticiar que os vencimentos dos desembargadores haviam sido
desbloqueados, tranquilizei-me porque a minha situação era exatamente igual à
dos três, e aguardei o dia seguinte para tentar movimentar de novo as minhas
contas; mas estava equivocado, pois quando falei com os gerentes dos bancos
disseram-me que as minhas contas em particular continuavam bloqueadas.
Nessa situação, liguei para
o meu advogado, dando-lhe conta do que estava acontecendo, e pedindo-lhe que
tomasse as providências para que fossem desbloqueadas as minhas contas
correntes para que eu pudesse sobreviver e pagar as minhas dívidas.
Passado algum tempo, e
depois de muita insistência junto ao gabinete do ministro, ele autorizou o
desbloqueio das minhas contas correntes; mas, para surpresa minha eu só podia
emitir cheques da Caixa, tendo perdido o direito de emitir cheques do Banco do
Brasil, pois, a partir de então o saque neste banco deveria ser feito de uma
única vez na boca do caixa de toda a quantia depositada.
(continua na próxima semana).
Trecho do livro OPERAÇÃO HURRICANE: UM JUIZ NO OLHO DO FURACÃO (Geração Editorial), encontrável em www.saraiva.com.br e em www.bondfaro.com.br.
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