segunda-feira, 25 de julho de 2011

"NÓS TEMOS DE FAZER ALGO MAIS"

 "Cito especificamente o caso do Professor Carreira Alvim. Só o começo.
Estavam ele, a mulher e a empregada em casa, dormindo.
A polícia sabia que estavam sozinhos, que não tinham armas (ao menos não armas pesadas – se é que tinham alguma) e eram inofensivos. O Desembargador vinha sendo monitorado há vários meses. A polícia federal “invadiu” o apartamento às 6 horas da manhã, eram vários policiais fortemente armados com fuzis e metralhadoras...
Sempre procuro me colocar no lugar das pessoas, Marcello. Se fosse na minha casa, a esta hora eu estaria acordando meus filhos para irem para a escola/universidade. Se isto acontecesse comigo, na minha família, seria um momento de pânico, de desespero. Para mim uma humilhação inimaginável.
Ainda que o Desembargador fosse ou seja culpado de tudo o que acusam-no (não posso e não vou me manifestar sobre o mérito do processo por razões óbvias), faz sentido uma coisa dessas? Antes mesmo do recebimento da denúncia... Por que? Para que?
Não sou da turma do IBCCRIM. Não sou garantista. Mas não vejo sentido em coisas assim.
E o caso do Desembargador não é um caso isolado.
Vem acontecendo com frequência.
Gente que é presa, “espetacularizada”, solta e esquecida... mas quem passa por isso não esquece. E os processos correm, se arrastam, e às vezes as pessoas são absolvidas mas aquele “espetáculo” fica. E o caso do Desembargador Carreira Alvim, que ao menos conseguiu fazer parte da sua catarse escrevendo o seu excelente livro, é uma raríssima exceção.
Não se trata só de pensarmos que “amanhã pode ser comigo”. Nós temos de fazer algo mais.
Eu não sei exatamente o que, mas nisso concordo com você, (...), o controle tem de ser nosso.
Mas não é. Ao menos não ainda."

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